Saudade da minha "vida torta"

Durante boa parte de minha vida invariavelmente estive do lado "errado". Sou Botafogo numa família de flamenguistas por parte de meu pai, e de vascaínos por parte de minha mãe.

Na política, quase sempre, meus candidatos foram derrotados. Passei anos de minha vida na companhia sempre agradável de boêmios, putas e outros tipos de "perdedores irresponsáveis".

Faz anos que não bebo e não fumo. Não sinto falta do álcool ou do cigarro. Dos "amigos irresponsáveis", muita saudade! São generosos, os "irresponsáveis. Incapazes de te negar um abraço; um conselho sábio, que nunca usam em suas próprias vidas; uma saideira; um ombro para chorarmos mais um amor que se foi...

Minha vó Bela, mãe de meu pai, dizia: "O Zé Antonio não apareceu hoje pra comer o quibe cru que fiz pra ele! Deve estar na esbórnia, aquele desavergonhado!

Saudade de minha vó, dos "amigos errados", da "vida torta"...

Por favor

Não me mande
Mais dor
Me mande
Uma flor
Por favor

A Covid-19 é a doença da solidão absoluta

A Covid-19 é a doença da solidão absoluta. Ninguém pode consolar o doente; e os que morrem, nem ser velados pelos que os amam podem. Uma doença sádica, que tira dos familiares do falecido até o sagrado direito de se consolarem mutuamente pela perda do ente querido.

A morte imposta pela Covid-19 é absurdamente triste, solitária e dolorida para os que perderam alguém que amam, e a ele não podem nem dar seu último adeus.

Apesar disso, uns, os incapazes de compaixão, dizem, cinicamente, "e daí?" 

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Bolsonaro é, antes de tudo, um homem ruim

Em 24 horas, 1.169 brasileiros morreram vítimas da Covid-19. No mesmo dia (19), Bozonero se reunia com os presidentes de Flamengo e Vasco para tentar retomar o Campeonato Carioca. 

Sobre os mortos, nem um pio de lamento ou de solidariedade com as famílias enlutadas.

O Brasil tem um sociopata insensível no comando da nação!

Como o povo brasileiro ainda aceita e permite isso? 

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O isolamento social favorece Bolsonaro e seu séquito de fanáticos

Enquanto a oposição, que já não prima por cumprir seu papel como deveria, fica inerte em casa, cumprindo o isolamento social, recomendo pela OMS e as maiores autoridades em saúde do mundo, Bolsonaro, todo fim de semana, reúne parte de seu "gado" defronte aos palácios Alvorada e do Planalto para afrontar o próprio isolamento social- que, diga-se de passagem, ainda é recomendado pelo Ministério da Saúde do desgoverno dele-, as instituições democráticas e a própria Constituição da Nação.

Pelo andar da carruagem, vão dar um golpe sem nenhuma resistência da população.

Ditadura nenhuma presta, mas a que nos ronda, por excesso de ignorância, estupidez e radicalismo tosco de seus principais líderes, muito provavelmente, será muito mais sanguinária que todos as anteriores que o Brasil já provou.

O que fazer? Não sei... Que se manifestem os líderes da oposição sobre o assunto. Se ainda houver tempo...

O isolamento social, tão criticado por Bolsonaro, é um grande aliado seu neste trite momento que vivemos. A História, muitas vezes, é cruel, sonsa e cínica.

Zatonio Lahud