Era pobre
Não tinha bens
O único bem
Que tinha
Era um bom coração
E com ele
Saiu pelo mundo
Distribuindo amor
Disseram-no louco
E internaram-no no hospício
Ao atravessar o corredor
Por detrás dele
Começou uma procissão
De maltrapilhos
Loucos varridos
De sua humanidade
Caminhou até o meio do pátio
Virou-se para a turba
Que o acompanhava
Em louco silêncio
E disse:
Vinde a mim os loucos!
Vinde a mim os despossuídos!
Deles são meus braços!
E naquele eterno momento
Deu-se o mais louco e belo abraço
De todos os tempos.
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