O último refúgio do oprimido é a
ironia, e nenhum tirano, por mais violento que seja, escapa a ela. O
tirano pode evitar uma fotografia, não pode impedir uma caricatura. A
mordaça aumenta a mordacidade.
Millôr Fernandes
Um torcedor
racista do Villareal, atirou uma banana em campo no jogo em que sua equipe
enfrentou o Barcelona no fim-de-semana passado. Seu intuito, claro- ou melhor,
obscuro e lamentável no caso-, era promover uma ofensa racista contra os
jogadores de descendência negra em campo.
Daniel
Alves, um dos brasileiros que atuam pelo Barcelona, nem se incomodou, foi lá,
pegou a banana, a comeu e continuou jogando.
Isto é ser
superior sem ser arrogante. É desmoralizar o autor de uma ofensa sem dizer uma
palavra, apenas com um gesto. E, o mais importante, sem fazer-se de coitadinho, de vítima de uma “sociedade
racista e preconceituosa”.
Ironia e
humor, às vezes, são excelentes antídotos contra todo o tipo de preconceitos.
Não à toa o povo judeu, perseguido e espezinhado durante séculos, é mestre em
se auto-ironizar e rir de si mesmo.
Parabéns ao
Daniel Alves pelo belo gesto, que mostrou ao racista o que antes de tudo ele é:
uma figura ridícula e patética.
Creio que,
infelizmente, o racismo não vai desaparecer dos estádios, mas as bananas vão.
Ah, eu
também adoro banana!
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