29 de novembro de 2012

Um deve, eu herdo a dívida e sou safado

Totó acaba de me ligar lá de São José do Calçado. Segurem aí:
- Toinha, seu viadão gay, tudo bem?
- Tudo, Aristides, e você?
- Não te interessa, a vida é minha e não te devo satisfação dela...Só a Deus, pois como sabe meu ser é demente ao Senhor. E você é um safado!
- Bem, se você ligou a cobrar para me dar esculhambação, vou desligar, tá!?
-Vai porra nenhuma! Você é meu amigo e não seria doido de desligar o telefone na minha cara... Se fizer uma lasqueira dessa, eu vou aí e te mato vivo!
- E tá ligando pra quê?
- Pra te cobrar os cinquentinha que o Jilozinho me deve há mais de um ano e não me paga.
- Porra, Totó! De novo com essa estória? Eu já disse que pagava mas você não quis receber, lembra?
- Safado! Não quis receber porque você só quer mandar os cinquenta, quando me deve cem. Como você é burrinho vou explicar de novo: o Jilozinho me deve cinquentinha, como está descolocado não pode me pagar- eu, pra não ficar no prejuízo, transferi a dívida dele com meu ser para o seu safado ser, tá certo?
- Tá, né?
- Mas o seu safado ser é tão amigo de meu ser quanto do mais safado ser do Jilozinho, não é verdade?
- É!
- Então, se você vai dar os cinquentinha ao inchado ser do Jilozinho para quitar a dívida dele com meu ser, você tem de mandar o mesmo valor pro meu ser. É a fisionomia perante à lei! Ou manda os cem ou é safado! Eu até falei isso com os meus mestres, que sabem muito mais que você, a Dolores e o Edson, e eles disseram que eu tenho escarradas  de razão.
Manda logo meus cem, seu botafoguista safado!
Eu mereço...


                                                                                     

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