1 de novembro de 2012

Não há nada depois do fim

o sono, foi-se
ou não veio
ou veio e foi-se
não sei...

na janela fumo um cigarro
olho o céu e divago
a fumaça rodopia
e toma o rumo do infinito
funde-se ao nada

converso com deuses inexatos
sobre a inconsequência de seus atos

na calçada vejo um rato
revolve o lixo

palavras chocam-se em minha mente
pergunto aos deuses por que são tão doentes

um diz-me que sou insolente
outro ri, benevolente

sadismo latente!

o cigarro está chegando ao fim
tudo um dia chega ao fim

e renasce indiferente aos deuses
que nos atormentam

não há nada  depois do fim
no início haviam deuses.

                                                                       

3 comentários:

  1. Lindo demais! Gosto de pensar que depois do fim há um novo começo.

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  2. "Tudo flui, nada persiste nem permanece o mesmo"
    (Heráclito de Éfeso)

    Beijinhos, grande filosofo de General Severiano!

    flor de cristal

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