Na quarta-feira perdi mais um pedaço da minha infância, das minhas festas de fim de ano, das minhas férias escolares. Assim como nos finais de festas onde os adereços vão sendo retirados um a um, as referências do nosso passado vão nos sendo retiradas uma a uma, até que sobre apenas o salão vazio. Na quarta, perdi a Tia Hilda, a minha tia mais velhinha desde quando eu tinha oito anos. Achava que ela era minha avó também. "Como pode alguém de cabelo branco ser filho de alguém de cabelo branco?", eu pensava com a minha pueril lógica infantil. E a minha mãe teimava: "ela não é sua avó, é sua tia!" Pois é, era a minha tia e, agora sim, era velhinha e morreu. O mundo não sabe, mas ficou um tantinho pior sem ela. Ainda bem que na semana passada nasceu a Sofia, filha da minha prima. Não, tia Hilda não a conheceu e nem ela veio preencher o vazio que ficou. Apenas deixou a equação mais equilibrada...a festa da Sofia está só começando e novos adereços serão colocados. É a vida que segue...tem que seguir...tia Hilda agora, carrego no peito. Bem vinda, querida!
(Clara Gurgel)
E assim chegar e partir
são só dois lados
da mesma viagem
O trem que chega
é o mesmo trem da partida
A hora do encontro
é também despedida
A plataforma dessa estação
é a vida desse meu lugar
(Clara Gurgel)
E assim chegar e partir
são só dois lados
da mesma viagem
O trem que chega
é o mesmo trem da partida
A hora do encontro
é também despedida
A plataforma dessa estação
é a vida desse meu lugar
Entendo muito bem de dor e sei perfeitamente o que isso significa. Mas garanto que o Senhor Tempo nos ajuda fazendo amenizar um pouquinho esta dor... :((
ResponderExcluirBem vinda a tia Hilda...bem vinda Sofia!
Beijos da flor!
Obrigada, Flor! Beijo!
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