Jilozinho me ligou pela madrugada lá de São José do Calçado, está inconformado com sua sogra, que segundo ele aprontou outra com sua pessoa:
- Jarrão, eu tô puto da vida!- O que foi desta vez Jilozinho?
- A peste da minha sogra estava internada no hospital e os médicos a desenganaram, disseram que não durava mais uma semana... Eu, todo feliz com a notícia, comprei logo o caixão da disgramada, comprei carne e um monte de caixas de cerveja para fazer um churrasco pra comemorar o passamento da surucucu-tapete. Ia ser na casa do Totó pra Ritinha Boca-de-Seda não saber, afinal, a coisa é ruim mas é mãe dela! Estava tudo pronto, só faltava o satanás dar o último suspiro! E ela deu: respirou fundo e levantou da cama, novinha em folha, todo mundo ficou surpreso. Já está aqui em casa, mais venenosa que antes! Esses cornos desses médicos que a desenganaram me enganaram e agora vou ter de fazer uma rifa do caixão para diminuir o prejuízo. Já reservei dois bilhetes "procê", 10 pratas cada um, fala aí com o Saint-Clair e com o Nadinho pra vê se eles compram também. O churrasco comemorativo do passamento que não passou, nós fizemos assim mesmo, mas não prestou, todo mundo triste: parecia até um velório!
Vou sair, Jarrão, tenho de vender umas rifas, vende umas pra me ajudar, o desfalque foi grande, comprei caixão de primeira de tão alegre que fiquei!
Fico com dois bilhetes, Zatonio. O que é que não se faz para ajudar amigo de amigo, numa hora de calamidade como esta?
ResponderExcluirEle vai agradecer muito, Mestre.
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