Um filhote de rolinha está morto na calçada. As perninhas esticadas apontam para o infinito. O corpinho frágil e inerte repousa delicadamente no cimento frio. Todos passam apressados, ninguém se importa com a morte daquele filhote de rolinha. Eu, como sou estranho( não é, minha linda!), fico ali por uns segundos, como que velando o corpinho sem vida daquela rolinha, jovem ainda. Vida breve, nem teve tempo de amar, de desamar, de sofrer a solidão do amor que está longe- como eu!- e despediu-se da vida. Quem se importa...
Uma chuvinha triste e fina começa a cair, sigo em frente, deixo para trás o corpinho sem vida, sem passado- não houve tempo- e sem futuro daquela jovem rolinha. Quando volto, minutos depois, o corpo não está mais lá. Pronto, acabou-se, nada restou que possa lembrar ao mundo, que em um dia de chuva fina , havia um delicado e frágil corpo de uma jovem rolinha estirado na calçada fria de uma rua qualquer, de uma cidade qualquer, em um país qualquer, de um mundo qualquer, perdido na vastidão do universo. Eu me lembrarei...o que não quer dizer rigorosamente nada. Não importa, guardarei em um cantinho qualquer da memória, a lembrança do corpo sem vida de uma jovem rolinha estirado na calçada da rua Moreira César, Icaraí, Niterói, em 18 de outubro de 2010. Um dia feio e triste...
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