2 de setembro de 2010

És fogo

Não adianta, não foges de mim, foges de ti, da paixão que te consome, pobre de ti, não conseguirás, uns nascem fogo, larva efervescente e incontrolável. Aquieta-se um tempo, mas volta, e queima a alma de desejo sufocado no medo da dor. Luta vã!, que fiques onde está, na calmaria insossa a que te recolheste. E quando deitares, não fique rolando na cama, o fogo te consumindo; e se dormires, que não acordes sobressaltada, o corpo trêmulo, o suor escorrendo, não foi nada, foi só sonho. Durma em paz. Se puder!
Fuja...é mais seguro; a vidinha mais ou menos- mais menos-, a gente vai levando. Tome banho frio, uns dez por dia, acalma o fogo. Não apaga, apenas o acalma por breves momentos. O fogo arde no interior do corpo. O sangue borbulha de desejo reprimido. És fogo, ainda que queira ser água. Esconda-se de ti, se puderes, tu que nasceste para arder na incandescência da lascívia...da entrega sem limites. Que o fogo que te consome não te queime a alma. E que resistas, a ti!


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