Uma mulher está para morrer. Já levou noventa e nove chibatas. Está presa há alguns anos e condenada a morrer, apredejada. Sim, apedrejada, humilhada-mais do que já vem sendo. Ah, mas é no Irã, o que temos com isso? Tudo, digo eu. Seu crime? Supostamente traiu o marido.
Sakineh Mohammadi Ashtiam é seu nome.
Sakineh, que cada chibatada que levou doa em nossa alma, nos vergue de vergonha por sermos tão desumanos. Por darmos poder a canalhas que em nome de supostos deuses todos poderosos, oprimem povos inteiros; que em nome de supostos deuses todos poderosos criam inquisições, guerras, ódio entre nações. E ameaçam com o inferno quem não seguir suas supostas verdades. Que oprimem, antes de libertar! Que fazem irmãos virarem inimigos. É cristãos contra muçulmanos; muçulmanos contra hindus; hindus contra sikhs; enfim, um rastro de ódio e sangue, em nome do amor a seus deuses...
Você, Sakineh, é mais uma vítima da sanha assassina dessa gente.Eles são o inferno!
Matam, torturam, ditam normas, e se dizem santos. Santos canalhas, santos hipócritas...não quero vossa santidade. Um dia,Sakineh, veremos um mundo onde não haverá mais mulheres apedrejadas, nem homens oprimindo outros homens, um mundo sem fome, sem guerras, sem injustiças. Um dia, Sakineh, a humanidade descobrirá que não precisa de deuses pra lhe guiar. Precisa de solidariedade, compreensão, ternura, amor ao próximo e ao que está longe...São sentimentes humanos, Sakineh, são nossos; por os entregarmos a falsos profetas, representantes de falsos deuses, você foi chicoteada, jogada em uma prisão e condenada à morte por apedrejamento. Que raio de Deus é esse que, em seu nome, permite tamanha barbaridade?
Obs: Quem quiser pode assinar o manifesto contra o assassinato de Sakineh, no site http://www.liberdadeparasakineh.com.br/ Aproveitem e leiam à emocionada carta de seus filhos implorando nossa ajuda para evitar que a barbaridade se consume.
A misoginia é uma praga. Acabei de assistir a um documentário sobre a feitura do livro O Martelo das Bruxas, levada a cabo por um frei alemão no século XVII e que proveu de justificativas o massacre de milhares de mulheres durante os anos da Demoníaca Inquisição, este ódio ancestral dirigido às mulheres. Lá é público, aqui é privado.
ResponderExcluirEla vai morrer.
ResponderExcluirA 2000 anos atrás,
Ela ainda vai morrer.
Quem irá te apedrejar, Sakineh
São todos impunes, mulher?
Não são humanos, Sakineh
Os teus apedrejadores!
Obrigado, Paulo. Belos e comoventes versos!
ResponderExcluirAlgumas coisas são terríveis demais pra caber na cabeça da gente. É desalentador....
ResponderExcluirÉ engraçado que, em nome de Deus, seus fiéis cometem as maiores infâmias, os maiores crimes contra os semelhantes. Isso é uma prova cabal de que Deus não existe. Se existir, não está nem aí. Só o fato de cada um achar que seu Deus é o verdadeiro, já comprova que não é. E aí são possíveis todas as ignomínias.
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