O mercado é gay

Vocês já perceberam como a humanidade cria coisas e passa a ser dominado por elas. Gosto de ler as páginas de economia para ver as reações do Mercado. Sim, Mercado, nome próprio, ou não o tratamos como se humano fosse? Um dia está otimista; noutro pessimista;outro mais em depressão; acolá está eufórico; por vezes tumultuado. Atravessa períodos de calmaria e quando menos se espera fica tumultuado. Quando fica estressado é um pandemônio, leva todo mundo junto. Genioso; inconstante; imprevisível;sagaz; capaz de nos levar aos píncaros do prazer e ao fundo do inferno em segundos. Ando desconfiado que o Mercado tem alma feminina. Se é masculino e tem alma feminina, por ilação, só posso deduzir uma coisa: é gay!
Se não for gay, sua sexualidade é problemática, não assumida, reprimida, daí os ataques de histeria de quando em vez. Como não sou psicólogo, sugiro um estudo  da sexualidade do Mercado. Uma reportagem no Globo resolve, eles entrevistam seus psicólogos de plantão, sabichões que destrincham o ego de qualquer um sem necessitar, ao menos, conhecer seus pacientes(vítimas!). Uma coluna do Jabor- o Nélson Rodrigues da Barra da Tijuca; sem esquecer, é claro, do Caetano Veloso- de longe o maior sabe tudo do Brasil. Se bem que eu prefiro o Gil. Não entendo patavinas do que fala, mas gosto dele. Gosto do Caetano também, o cantor e compositor. Do sabichão, gosto não. Se bem que ele diz as asneiras dele com tanta delicadeza e ternura que a gente até perdoa. Né não?

Bom, voltemos ao Mercado, não, agora ao mercado mesmo. Tempos atrás estava bisbilhiotando uma livraria, quando deparei-me com um exemplar dos Pensamentos de Ana Maria Braga, é verdade, não riam!, curioso que sou resolvi folhear os tais pensamentos. Todas as páginas estavam em branco. Honestidade intelectual é isso aí!
Vou-me, tenho de ir ao mercado.